Qual a diferença entre cooperativismo e associativismo?

O cooperativismo e o associativismo são movimentos que visam suprir lacunas em relação aos serviços prestados pelo mercado financeiro e promover o desenvolvimento social e econômico de seus membros. No entanto, existem diferenças entre os dois conceitos:

Cooperativismo:

  • Caracteriza-se pela formação de cooperativas, que são sociedades civis formadas por pessoas unidas pela cooperação e ajuda mútua, com objetivos específicos e sem fins lucrativos.
  • Os membros das cooperativas têm direito a voto nas assembleias e participam ativamente das atividades do grupo.
  • O cooperativismo é regulado pela Lei nº 5.764/1971 (Lei Geral do Cooperativismo) .

Associativismo:

  • Envolve a criação de associações, que são organizações sem fins lucrativos, voltadas para a promoção de assistência social, educacional, cultural, representação política e defesa de interesses comuns.
  • As associações também seguem princípios como a adesão voluntária e livre, democracia na gestão, atuação sem fins lucrativos, autonomia e independência, educação, formação e informação, e desenvolvimento da comunidade.
  • Para formar uma associação, bastam duas pessoas, enquanto para formar uma cooperativa, são necessárias pelo menos 20 pessoas.

Em resumo, o cooperativismo se concentra na formação de cooperativas com objetivos específicos e sem fins lucrativos, enquanto o associativismo engloba a criação de associações voltadas para a promoção de assistência e defesa de interesses comuns. Ambas as formas de organização têm princípios semelhantes, como a adesão voluntária e a democracia na gestão, mas diferem em termos de objetivos e estrutura.

Diferença Cooperativismo Associativismo
Natureza dos objetivos Objetivo econômico, viabilizar negócios produtivos dos associados no mercado e desenvolver atividades comerciais em média e grande escala Objetivo social, promover assistência social, educacional, cultural, representação política e defesa de interesses de classe
Participação dos associados Os cooperados são donos e beneficiários dos ganhos da organização Os associados não são donos do negócio, mas participam ativamente das atividades do grupo
Legislação aplicável Legislação específica: Lei nº 5.764/1971 (Lei Geral do Cooperativismo) Legislação geral de associações, sem lei específica
Princípios Adesão voluntária e livre, democracia na gestão, patrimônio social, atuação sem fins lucrativos, autonomia e independência, educação, formação e informação, interesse pela comunidade Adesão voluntária e livre, democracia na gestão, patrimônio social, atuação sem fins lucrativos, autonomia e independência, educação, formação e informação, interesse pela comunidade
Número de participantes Pelo menos 20 pessoas para formar uma cooperativa Pelo menos 2 pessoas para formar uma associação

Quais são as principais características do cooperativismo?

O cooperativismo é uma doutrina que preconiza a colaboração e a associação de pessoas ou grupos com os mesmos interesses, a fim de obter vantagens comuns em suas atividades econômicas. As principais características do cooperativismo no Brasil são:

  1. Abertura à participação: As cooperativas são abertas à participação de todos, sem qualquer preconceito de classe social, gênero, ideologia, raça, religião ou sexo;
  2. Gestão democrática: As cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas;
  3. Educação e formação: As cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de forma que estes possam contribuir eficazmente para o desenvolvimento das suas cooperativas;
  4. Cooperação entre cooperativas: As cooperativas trabalham para o fortalecimento do movimento como um todo e dos princípios cooperativistas, através da cooperação entre cooperativas do mesmo sistema, de outros sistemas e de outros ramos do cooperativismo;
  5. Desenvolvimento sustentável das comunidades: As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentável das comunidades onde estão inseridas, através de políticas aprovadas pelos membros, e prezam por investimentos em projetos que sejam economicamente viáveis, ambientalmente corretos e socialmente justos;
  6. Distribuição equitativa dos resultados: Os membros contribuem equitativamente para o capital das suas cooperativas e controlam-no. Parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da cooperativa. Os membros recebem, habitualmente, uma parte dos resultados da atividade cooperativa, de acordo com a participação que tiveram na produção ou na prestação de serviços;
  7. Responsabilidade social e ambiental: As cooperativas são responsáveis por promover a educação e a conscientização do público em geral, particularmente dos jovens e dos líderes de opinião, sobre a natureza e as vantagens da cooperação;

Como funciona o associativismo?

O associativismo no Brasil é um fenômeno que envolve a participação de indivíduos em associações, organizações e movimentos para alcançar objetivos comuns. Ele pode ser analisado a partir de duas dimensões: a dimensão institucional e a dimensão individual.

A dimensão institucional refere-se ao volume e às características do tecido associativo, como o número, o perfil e a área de atuação das associações.

Nas últimas décadas, o Brasil testemunhou um crescimento significativo na criação de associações, o que se reflete na ampliação do associativismo.

A dimensão individual considera o engajamento dos indivíduos em associações, ou seja, o número de pessoas que alegam participar de associações.

O associativismo luso-brasileiro, por exemplo, tem um papel relevante na comunidade portuguesa no Brasil, especialmente na preservação do contato com Portugal. O associativismo entre os trabalhadores rurais no Brasil também cresceu nos últimos anos.

As associações podem ter diferentes características, como serem mais profissionalizadas, o que ajuda a compreender a diferença nas duas dimensões do associativismo.

Em resumo, o associativismo no Brasil contemporâneo é um fenômeno complexo que envolve a participação de indivíduos em associações e organizações para alcançar objetivos comuns.

Ele pode ser analisado a partir de dimensões institucionais e individuais, e tem um papel importante na sociedade brasileira, especialmente na comunidade portuguesa.

Quais são as vantagens do cooperativismo em relação ao associativismo?

As vantagens do cooperativismo em relação ao associativismo podem ser destacadas em termos de propósito, estrutura e benefícios aos membros. Aqui estão algumas das principais vantagens:

  1. Propósito: As cooperativas têm um objetivo essencialmente econômico, focando na viabilização do negócio produtivo dos associados no mercado e no desenvolvimento de atividades comerciais em média ou grande escalaJá as associações têm como finalidade a promoção de assistência social, educacional, cultural, representação política e defesa de interesses de classe;
  2. Estrutura: As cooperativas são compostas por no mínimo 20 pessoas que se unem voluntariamente para atingir objetivos em comum, com o intermédio de uma empresa de propriedade coletiva para prestar serviços aos sócios, sem fins lucrativosAs associações, por outro lado, são organizações sem fins lucrativos que funcionam democraticamente e buscam representar as empresas perante aos órgãos públicos, lutando por direitos e melhorias;
  3. Benefícios aos membros: Os membros de uma cooperativa são donos do patrimônio e beneficiários dos ganhos, o que pode resultar em maior participação e engajamento dos associadosNas associações, os associados não são propriamente os donos, e o foco está mais voltado para a promoção de interesses comuns em vez de benefícios econômicos diretos;

Embora o cooperativismo e o associativismo sejam modelos diferentes, ambos oferecem vantagens significativas para seus membros, como troca de experiências, conhecimento aprimorado, redução de custos e maior poder de negociação.

A escolha entre os dois modelos depende das necessidades e objetivos específicos de cada grupo de empresários ou indivíduos.