Qual a diferença entre eutanásia, distanásia e ortotanásia?
A eutanásia, distanásia e ortotanásia são termos relacionados ao momento em que um indivíduo encontra-se no fim de sua vida e envolvem decisões éticas e morais sobre o tratamento médico a ser aplicado. Aqui estão as diferenças entre eles:
Eutanásia: É a morte antecipada com o objetivo de dar um fim ao sofrimento de doentes terminais, sem chances de recuperação. A eutanásia é uma prática ativa que envolve interromper a vida de um paciente com doença incurável, com o objetivo de cessar sua dor.
Distanásia: É o prolongamento artificial da vida e do sofrimento do paciente, geralmente pela utilização de fármacos e aparelhagens que, muitas vezes, proporcionam sofrimento desnecessário. A distanásia é considerada um método artificial e exagerado de manutenção da vida de um doente incurável, causando ansiedade e sofrimento.
Ortotanásia: É a morte natural, sem intervenção de nenhuma espécie. A ortotanásia se refere ao ato de proporcionar ao paciente terminal uma morte digna, sem prolongá-la ou abreviá-la. A ortotanásia é permitida no Brasil desde 2006 e deve ser considerada em casos de pacientes terminais, sob o consentimento do próprio doente ou da família. A ortotanásia é um meio-termo entre a eutanásia e a distanásia, visando a humanização do processo de morte do paciente.
Em resumo, a eutanásia é uma prática ativa que visa acabar com o sofrimento de um paciente terminal, a distanásia é o prolongamento artificial da vida e do sofrimento do paciente, e a ortotanásia é a promoção de uma morte natural e digna para o paciente terminal, sem intervenções artificiais.
Termo | Significado | Prática | Método | Legalidade no Brasil |
---|---|---|---|---|
Eutanásia | Morte antecipada com o objetivo de aliviar o sofrimento de doentes terminais | Consiste em procedimentos que provoquem a morte, encurtando a vida | Não é legalizada, mas pode ser considerada homicídio privilegiado ou auxílio ao suicídio, dependendo da conduta | |
Distanasia | Prolongamento artificial da vida e do sofrimento do paciente | Consiste em tratamentos pouco úteis, invasivos ou artificiais para manter a pessoa viva e prolongar a morte | Considerada uma má prática médica, não é legalizada | |
Ortotanásia | Morte natural, sem intervenção de nenhuma espécie | Consiste em permitir que a morte aconteça no tempo que deve ser, naturalmente | Praticada por meio dos cuidados paliativos, é considerada uma prática médica adequada |
Quais são os métodos utilizados na eutanásia?
A eutanásia é um método utilizado para pôr fim à vida de seres vivos em sofrimento, seja por doença, idade avançada ou outras razões.
No Brasil, os métodos de eutanásia podem variar de acordo com a espécie e a situação específica. Alguns métodos comuns incluem:
- Métodos químicos: Esses métodos envolvem o uso de medicamentos para induzir a morte. Podem ser administrados por injeção ou inalação;
- Métodos físicos: Esses métodos envolvem o uso de força física para causar a morte. Um exemplo é a exsanguinação por punção cardíaca, que deve ser feita com anestesia geral para evitar o sofrimento do animal;
- Métodos mistos: Esses métodos combinam técnicas químicas e físicas para induzir a morte;
No caso de morcegos, por exemplo, um estudo realizado em São Paulo identificou a necessidade de padronizar os métodos de eutanásia, levando em consideração aspectos como taxonomia e hábitos alimentares das principais espécies de morcegos.
É importante ressaltar que a eutanásia deve ser realizada de acordo com as diretrizes éticas e legais vigentes no Brasil.
Por exemplo, a eutanásia por overdose de CO2 é aceita com restrições e deve ser realizada com medição das concentrações do gás para evitar o sofrimento do animal.
Além disso, o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) estabelece diretrizes e normas para pesquisas envolvendo seres humanos e animais, incluindo a prática de eutanásia.
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Como é feita a distanásia?
A distanásia é um termo que se refere à prolongação indevida da vida, geralmente através do uso de aparelhos e medicamentos que podem causar sofrimento desnecessário.
No Brasil, a distanásia começou a ser discutida, mas ainda é um tema pouco explorado. A ortotanásia é uma prática que visa evitar a aplicação da distanásia, priorizando a qualidade de vida do paciente e sua família.
A ortotanásia foi regulamentada no Brasil em 2006, através da Resolução nº 1.805 do Conselho Federal de Medicina, e autorizada pelo Ministério Público Federal em 2010.
Para identificar a distanásia, é importante considerar os aspectos pessoais, familiares e sociais do paciente. Algumas perguntas que podem ser feitas incluem:
- O tratamento médico proporciona algum benefício real e duradouro para o paciente?
- O tratamento médico está causando sofrimento desnecessário ao paciente?
- A morte do paciente é iminente e inevitável, independentemente do tratamento?
Se as respostas forem afirmativas, pode-se considerar que a distanásia está ocorrendo. No entanto, é importante ressaltar que a decisão de interromper um tratamento médico deve ser tomada com cuidado e considerando o contexto específico de cada caso.
Quais são os cuidados paliativos?
Os cuidados paliativos são cuidados de saúde ativos e integrais prestados à pessoa com doença grave, progressiva e que ameaça a continuidade de sua vida.
Seu principal objetivo é promover a qualidade de vida do paciente e de seus familiares através da prevenção e alívio do sofrimento, atuando em diferentes aspectos como físico, social, psicológico e espiritual.
Inicialmente, os cuidados paliativos foram pensados apenas para o tratamento oncológico, mas hoje englobam qualquer doença que ameace a vida por ser progressiva ou até mesmo incurável. Os cuidados paliativos incluem:
- Fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes, como astenia, anorexia, dispnéia e outras emergências oncológicas;
- Reafirmar a vida e considerar a morte como um processo natural;
- Integrar os cuidados paliativos ao tratamento com objetivo de cura da doença, auxiliando no manejo dos sintomas;
A abordagem dos cuidados paliativos deve ser eminentemente ativa, especialmente em pacientes portadores de câncer em fase avançada, onde algumas modalidades de tratamento cirúrgico e radioterápico são essenciais para o alcance do controle da doença.
A transição do cuidado com objetivo de cura para o cuidado com intenção paliativa é um processo e sua dinâmica difere para cada paciente.
Os cuidados paliativos podem ser oferecidos em hospitais ou em casa, e para cada etapa da doença e do tratamento, a equipe irá avaliar o melhor local para a assistência acontecer.
A equipe multidisciplinar envolvida nos cuidados paliativos pode incluir médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais, entre outros profissionais, além de voluntários e cuidadores.